segunda-feira, 2 de maio de 2016

O Livro da Vida


As envelhecidas páginas, da minha vida, trazem temas de grande importância.
Embora, escritas a muito tempo, ainda são, vivências de hoje, em dialeto sagrado.

São linhas, paginadas de ensinamentos, que indicam ao novo, início, meio e fim.
Antigas verdades, vivência campeira, amores e sofrimento, nas rugas que trago.

São relatos de felicidade, dor e perda, passagens da vida, em tinta e folha.
Segredos, que mostram o que fui e sou, em tramas, que por horas, relambórias.

Conto por vezes, o desbotar da vida, e no quebrar de alguma linha, o colorido.
Na virada da folha, vem a saudade em tapera, os soluços das perdas e o choro das vitórias.

Caneta e lápis, foram e são armas das quais guerreio em batalhas contra o tempo.
Não foi preciso lamentos, temos o que merecemos, e por isto, apontamos no papel.

A distância entre a vida e a morte, por vezes, tem o tamanho do laço nas aspas de um boi.
Fica mais tempo, neste plano, os que por sorte, ao pai de joelhos respeitou no céu.

É certo, que neste livro de capa dura, folhas brancas outras amareladas, onde escrevo, eu nunca nada apagarei!
Alguns ritos desta vida, podemos ditar, outros não. Em meu leito final, já nas últimas linhas, estas, eu não mais as escreverei.

Meu livro, me entrega, trás o que fiz e foi visto, e o que deveria ter feito, e nada fiz.
Rabisco, tem aos montes, e até apagados podem ser, por alguém que não eu.

Passado e presente, foram sendo ditados, pelos meus próprios punhos e olhos.
Futuro, este não me pertence, neste livro, só verdades escrevi, com a cancela do coração aberta, e nele, só quem riscou, fui sempre eu.

Marcos Alves.

Se desejar ler outros versos, acesse este link: http://versosalmaepropriedade.blogspot.com.br/

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