terça-feira, 19 de setembro de 2017

Um Olhar de Menina


Busquei um vento encaminhador,
em um trote por vezes perdido.
Corri campos em busca de pouso,
em bailes, "bombeando" um sentido.

Uma rosa, por vezes perdi,
o sono, eu há de um dia encontrar.
Foi preciso, a china por mim cruzar,
e meu coração nela de vez assentar.



No relance do olhar, já dei a sentença,
numa ânsia deste amor recusar.
Sua presença num rancho futuro,
rosas e campo e um amor pra amar.

Um olhar de menina, uma rosa no ar,
e seu caminhar, por mim encontrar.
Uma vida em distância, tempo,
uma linha perdida um rolo a formar.

Mates de amor em dias de orvalho,
a beira do fogo, lenha e calor.
A porta do rancho, um sabiá a cantar,
o sol em frestas, ilumina este amor.

Marcos Alves

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quarta-feira, 23 de agosto de 2017

O Fel da Vida

Resultado de imagem para animal gauchoO gosto amargo da vida vem como uma pequena dosagem.
O fel sentido na boca no conta-gotas do tempo, pede passagem.

Um "Ermano" quando em pedras pontiagudas, figura uma moldura.
Relata sua dor de um dia que se repete no outro, com marcas de tortura.

Seu tempo neste tempo, já pintou retratos que por vezes preto, outros branco.
No caminhar por estas pedras, duas foram as dores, alma presa a um canto.

Um coração pode ser forte, em tempos de um amor conturbado.
Ele se destrói, quando um pedacinho da gente pede licença, e se faz distância num riscado.

Sua casa, trás a sombra da calmaria na ausência de um brilho, de uma luz.
O amor trincado, endurece os dias, o mesmo amor é o que sempre o conduz.

Sombra e céu, mudam a cada vez que olhos baixam na dureza da vida.
Forte é aquele, quem em temporais, desvia do pingar de uma vida sofrida.

O tempo, indica o título diária da nossa passagem neste plano.
A dores de ontem se acomodam, a luz entra, o coração acalma sem engano.

Marcos Alves

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quinta-feira, 6 de abril de 2017

A Boleadeira que Lancei


Foi no coice da vida que cresci, nas carreiras de domingo.
Lancei a boleadeira e com os olhos de uma águia, acompanhei.
Em seu caminho, levantou poeira, e eu de trás dela a seguia.
Foi abrindo porteiras, e dentro mim, lagrimas, consolo só meu pingo.

São dias de temporal, sangue, dor e prantos.
O quero-quero que lá fora canta, não entende.
O sentimento sentido, fica quieto em minha alma.
Mundo estranho este, somos poucos mas tem tantos.

Sou velho, a caminho de um tempo fim.
Vivi na vida, momentos que nunca mais.
Não tenho segredos, minhas rédias estão atiradas.
Eu aceito agora, por fim, o que vier a mim.

O meu mate esfria, na demora que sorvo.
Meus sonhos, refaz um dia que nem lembro.
Meus braços, não obedecem, e o meu cavalo um anjo.
Pelo tempo, e pelas rugas espero, mas não me comovo.

Busquei pela jornada em pastos molhados, um amor.
Encontrei neste mundo tudo, herança de um pai meu Deus.
Os piás e a china, estes ficam, e eu na espera, por que antes, eu vou.
O patrão, já com a chaleira pronta, me aguarda, és tu meu Senhor.

Marcos Alves

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