quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O Que Determina o Simples

Uma quincha, bem armada
Um galpão campeiro, bem a preceito
Rancho e sombra, lá no Rincão dos Alves
São coisas simples, que alegram o sujeito

A cavalhada solta ao campo
O olhar, que se perde na distância
Alambrado e arame bem esticado
São coisas simples, da nossa estância

Um mate jujado de esperança e amor
Um braseiro, que aquece a madrugada
Um lenço, que abana da porteira
São coisas simples, que vem da prenda amada

Prosa mansa no encontro de um amigo
Truco bem jogado, num final de tarde
Um costelão doze horas, num domingo
São coisas simples, de uma amizade

Um sapucai, em notas musicais
Uma viola, chorando uma milonga
Uma roda, ao ritmo da gaita
São coisas simples, que acontece em uma ronda

Um zaino pra toda lida
Um carborteiro, sem respeito
Um haragano, para impor a doma
São coisas simples, que considero feito

Minha terra, meu lugar
Sou gaúcho que não desiste
Gosto do simples, e insisto
São coisas simples, que só aqui existe

Marcos Alves.

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segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Natal é Luz

Em um grito de salvação
O pai eterno, num ato de perdão
Pela súplica deste povo
Mandou vida, luz e compaixão

Amor, esperança e perdão
Milagre, vida e cruz
Deus pai, em sua sabedoria
Colocou entre nós, o menino Jesus

E nasceu Deus menino
Que na manjedoura, em Belém
Como diz o livro sagrado
Ele perdoa, ama e trás o bem

Irmão, que protege e cura
Que tudo vê e tudo sabe
Felicidade, dor e sangue
É o messias, verdadeiro milagre

É por ele, e mais ninguém
Que no suspiro final
Conduz o homem ao caminho
E totaliza o bem e o mal

E neste natal, e eu me comovo
Jesus, que no meio povo
Cura, liberta e alimenta a alma
Trás a luz, para um grito de socorro

Anunciavam os profetas
Que hoje, agora e sempre
E em todo natal, lá no céu
O salvador se faz presente

Marcos Alves.

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segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Meu Velho Pai

Filho, te aprochega e afrouxa o barbicacho, senta e pega um mate, pois vou contar, o que deste mundo eu sei.

Nem por todo o regalo que esta vida me deu, nem tão pouco tranquei os pés, pra maldade do tempo. Quero te falar, entregar o que tenho de melhor, tudo aquilo que nunca te contei.

Esta prosa é dura e forte meu filho, não irei fazer rodeio. Nunca pedi alento, e entre os retalhos do tempo, no meio dos juncos pelos açudes, fui forte e pisei firme.

Nesta correria do dia, os anos passaram, e eu não vi e nem senti. Levei um susto, quando em meu abandono eu pensei, parei e me dei de conta, que velho eu me tornei.

Na mediocridade da vida, eu fui contemplado, com histórias e feitos que a após minha sesteada eterna, podes te orgulhar.

Um legado eu te deixo, esta escrito no couro e na alma. Força e sabedoria, são espinhos vencidos por mim, é tua herança, pode confiar.



Um candieiro pra tua caminhada, eu acendi. Pela estrada que irás trilhar um dia andei, e por isto eu sei. Um filho meu, abre qualquer porteira sem carecer baixar cabeça.

Em apenas um verso, é impossível passar as intempérie que a vida te guarda. O tempo é como um gateado solto no campo, ele passa e agente não sente, nunca esqueça.

Filho, aperta o barbicacho, pega do teu mate e vai. Te cuido de longe, como sempre, eu sou teu pai.

Marcos Alves.

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quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Minha Linda Gauchinha

Foi em uma noite fria, muito fria.
Que uma flor de jasmim nasceu.

Na amada, o seu ventre ela rompeu.
E com um grito, de liberdade, pra vida ela chegou.

Tão linda e tão bela, tudo mudou.
E no rancho, a rotina ela alterou.

Ela pequena, não sabia o que o mundo queria.
Nem precisava, o patrão, pai do céu, ele a conduzia.

E nós, por ela pedia, que depois daquele dia, nada fazia mais sentido, eramos agradecidos.

Ela veio depois, bem antes, muito antes, um outro amor já havia nascido.

É outro verso que conto depois. Amor, não foi só um, no fundo, são dois.

Marcos Alves.

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quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

A Lida e a Fumaça

A fumaça que desponta, na chaminé de cada amanhecer, indica, que naquele rancho, mesmo que tapera.
Existe um gaúcho, que pela seiva do amargo se prepara, para mais um dia de lida.

Neste mesmo andejar, no minuto que brilha o sol amadrinhador, enxerga pela janela, o dia, ainda com jeito de noite, sentindo o cheiro da vida.

De certo, que a geada se faz presente no tapete verde lá na rua. E faz deste domador, mais feliz, quando nela pisa, e de longe,  bombea o chucro no palanque.

E sem nunca desistir ou retardar, nem pelo frio de cortar, que lá fora faz estrada, que de encontro ao poncho, arrepia o osso no mesmo instante.

Faz de um sulino, que nas veias, tem o serviço como obrigação, onde dele trás o pão, que alimenta a alma e descansa o coração.

Um bravo, que domina qualquer redomão, no respeito, sabedoria e na ponta espora.

Está história que não foi dita, fui eu mesmo, é minha própria escrita.

Moro no sul, é minha herança, nem o mais caborteiro, me tira esperança.
Sou domador, e madrugador, meu ofício desde criança.

Marcos Alves.

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