sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

Amigas para Sempre

Mesmo que por linhas tortas,
A escritura sagrada não menti

E ainda, que se passe milhares de anos
A verdade do patrão, é antiga, e a gente senti

Na plenitude da existência, nesta dádiva da vida
Deus pai, nos presenteou e enviou a este pago

Duas vidas tão belas, que por certo, elas
Antes mesmo de nascer, já haviam conversado

Algumas estrelas, nascem no céu
Feitas para brilhar e encantar os olhos

Algumas estrelas, nascem na terra
Feitas para brilhar e encantar a todos

Algumas estrelas, se cruzam no céu
Indicando, um rastro de luz e amor

Algumas estrelas, se cruzam na terra
Indicando, o grande milagre do senhor

Elas meninas, ainda no berço, no leite materno
Pela conversa enrolada, já trocavam proezas

No sentido mais puro, da palavra amizade
Estas prendinhas, já tinham algumas certezas

Que seus caminhos, por mais distantes
Que seus sonhos, por mais diferentes

Nunca, nem neste ou qualquer outro momento
Existirá, uma amizade, constituída desde o ventre

Amizade, que pela contagem do tempo
Que no crescer, delas, e pelo entendimento

É algo concreto, e digo mais, é um fato
Seres puros de alma, cumplicidade no ato

Amigas para sempre, é uma rima constante
E elas, meninas, parceiras de vida, é uma certeza

Expressam pureza, carinho e simplicidade
Pequenas, no tamanho, mas amor é uma grandeza

Gritam, se apertam, e no mesmo instante embestam
Que de certo, irmãs de sangue, não são, não importa

Amigas para sempre, é uma rima constante
Sentimento que transcende, ao abrir de cada porta

Marcos Alves.

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Saudade do Pago

Por vezes, me vem nas ideias
Um pensamento que eu não tinha

Saudade do pago e dos costumes
Numa terra, que não é só minha

Na beirada da janela, na minha morada
Lembro do passado, enquanto sozinho mateio

Recordo de feitos, as coisas daquele tempo
Enquanto conduzo a ideia, me vou pelo meio



Casa da minha infância, lugar onde eu nasci
Lembro e até sinto, fui embora, ainda um guri

Cuidava dos bichos, de todos, principalmente as ovelhas
Tudo em cima de um amigo, meu gateado eu trazia no freio

Lá na casa, a tranca da porteira, abria caminho
Uma judiaria, o pasto estava alto, ninguém veio

As tramelas das janelas, não seguram mais o vento
Pelas frestas do rancho, dentro de casa, só velharia

Os bichos, ao relento, e um quero-quero sozinho
Jeito de abandono, não acostumo, isto ninguém dizia

Tenho saudade, lá de casa, do tempo de guri
Tenho saudade, de tudo, que um dia eu vivi

Desta mesma janela, a imagem que me chega
Eu enquadro na mente, emoldurada de alegria

Na vida que vivo, longe de casa, da casa que tinha
Nem mesmo de longe, consigo sentir, é estranho

Tenho tudo, mas algo me falta, e peço perdão
São só pensamento, mas o amor é tamanho

Tenho saudade, lá de casa, do tempo de guri
Tenho saudade, de tudo, que um dia eu vivi

Marcos Alves.

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sábado, 2 de janeiro de 2016

A Chegada do Irmão

Vento, chuva e pedra, de tudo aconteceu
Naquele dia, o tempo estava cabuloso
Do rancho, um grito, logo reconheci
Minha mãe me chama, fiquei sestroso

A notícia era boa, o ventre rompeu
Antes, muito antes, era apenas eu
Meu irmão, em um grito informou
Eu não estava mais só, ele nasceu

Só escutei, ainda não conhecia
Mesmo assim, medo eu senti
Eu tinha tudo, mil regalias
Temi, e logo pensei, puxa perdi

Tenho duas mães, e um amor infinito
Maria, por quem rezo, mãe de jesus
A minha, que me cuida, quem me deu a luz
Me deram um presente, no instante do grito

É uma situação, eu não estava preparado
De pronto, um individuo tomando conta
E a mãe, com um olhar gaviona
Num grito de ordem, já desponta

Irmão, é como o sol que amadrinha o chapéu
E os dois, dão de costado pra toda a vida
É quem fica contigo, na cevadura do tempo
É a troca de ombro, no romper de um tento

Irmão, é quem chora no desalento
É quem te pede conselho, e não corcoveia
É quem viaja, e deixa saudade
É o mesmo sangue, que corre nas veias

Irmão, é irmão e compadre
É quem agente confia os filhos
Quando na distância, arrebata a alma
Pensa igual, e anda pelos mesmos trilhos

Irmão, chega cedo para não matear sozinho
É quem no frio, na lida, joga lenha no fogão
É prosa, conhecimento e confiança
No rio, é quem abre o caminho

Irmão, é herança e um legado
Envelhece contigo a cada cruzar do vento
Em uma tropa, sinuelo, é uma certeza
É a tua sombra, na rudez do tempo

Marcos Alves.

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