sábado, 17 de setembro de 2016

O Minuto do Acordar


Resultado de imagem para gaucho velho no frio
No minuto que acordo, no frinchar do olhar,
miro o quadro, a imagem da mãe divina.

Viro pro lado, enquanto atino o momento,
me dou de conta, ainda é cedo e lá fora o frio.

Mesmo trazendo na alma o campo, por velho,
me falta força e o frio corre em arrepio.

Grito a china, quem na vida me faz costado e peço ajuda.
Estou velho, é hora, levante este corpo pra cima.

Na revoltosa do tempo, no esquilar do dia, levo o pensar.
Tempo e força pra este bagual, era em abundância.

Trago hoje, comigo a saudade dos que já foram, amigos,
irmãos e as alegrias de um baile em tapera.

Sou um cerne, bombacha e chapéu me identificam.
As tarefas foram obrigação, a doma uma cina.

Não trago mais a mocidade, tenho isto como certo,
mas por conhecer, dou relho ao capataz de qualquer estância.

O chimarrão em dias de orvalho, nos tempos idos,
me preparava sempre, chuva ou vento, tanto faz tinha lida.

Este mesmo mate, jujado a minha moda, hoje,
embala meus dias em tempo de espera.

Ganhei neste plano, mais do que perdi. O patrão sabe,
conduziu tudo a moda dele, pra esta vida que vivi.

Busquei o certo, plantei amor e colhi saúde. O pampa meu lugar,
a terra meu poncho cobrindo meu corpo nesta vida.

Marcos Alves.

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http://versosalmaepropriedade.blogspot.com.br/

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