Vivência campeira deste povo gaúcho, contada em versos e poesias por Marcos Alves.
sábado, 17 de setembro de 2016
O Minuto do Acordar
No minuto que acordo, no frinchar do olhar,
miro o quadro, a imagem da mãe divina.
Viro pro lado, enquanto atino o momento,
me dou de conta, ainda é cedo e lá fora o frio.
Mesmo trazendo na alma o campo, por velho,
me falta força e o frio corre em arrepio.
Grito a china, quem na vida me faz costado e peço ajuda.
Estou velho, é hora, levante este corpo pra cima.
Na revoltosa do tempo, no esquilar do dia, levo o pensar.
Tempo e força pra este bagual, era em abundância.
Trago hoje, comigo a saudade dos que já foram, amigos,
irmãos e as alegrias de um baile em tapera.
Sou um cerne, bombacha e chapéu me identificam.
As tarefas foram obrigação, a doma uma cina.
Não trago mais a mocidade, tenho isto como certo,
mas por conhecer, dou relho ao capataz de qualquer estância.
O chimarrão em dias de orvalho, nos tempos idos,
me preparava sempre, chuva ou vento, tanto faz tinha lida.
Este mesmo mate, jujado a minha moda, hoje,
embala meus dias em tempo de espera.
Ganhei neste plano, mais do que perdi. O patrão sabe,
conduziu tudo a moda dele, pra esta vida que vivi.
Busquei o certo, plantei amor e colhi saúde. O pampa meu lugar,
a terra meu poncho cobrindo meu corpo nesta vida.
Marcos Alves.
Se desejar ler outros versos, acesse este link:
http://versosalmaepropriedade.blogspot.com.br/
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Seja bem vindo ao meu blog!