quinta-feira, 6 de abril de 2017

A Boleadeira que Lancei


Foi no coice da vida que cresci, nas carreiras de domingo.
Lancei a boleadeira e com os olhos de uma águia, acompanhei.
Em seu caminho, levantou poeira, e eu de trás dela a seguia.
Foi abrindo porteiras, e dentro mim, lagrimas, consolo só meu pingo.

São dias de temporal, sangue, dor e prantos.
O quero-quero que lá fora canta, não entende.
O sentimento sentido, fica quieto em minha alma.
Mundo estranho este, somos poucos mas tem tantos.

Sou velho, a caminho de um tempo fim.
Vivi na vida, momentos que nunca mais.
Não tenho segredos, minhas rédias estão atiradas.
Eu aceito agora, por fim, o que vier a mim.

O meu mate esfria, na demora que sorvo.
Meus sonhos, refaz um dia que nem lembro.
Meus braços, não obedecem, e o meu cavalo um anjo.
Pelo tempo, e pelas rugas espero, mas não me comovo.

Busquei pela jornada em pastos molhados, um amor.
Encontrei neste mundo tudo, herança de um pai meu Deus.
Os piás e a china, estes ficam, e eu na espera, por que antes, eu vou.
O patrão, já com a chaleira pronta, me aguarda, és tu meu Senhor.

Marcos Alves

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