Foi num galpão, manhã, frio e vento.
Em um ritual sagrado, fui ungido.
Pelas mãos divinas, recebi amor e paz.
Ao patrão velho lá de cima, eu fui erguido.
Na quincha já sofrida, sobravam nuvens e céu.
O angico em labaredas, pelo meio, aquecia o tempo.
O vento que não poupava, cortava, palas e ponchos.
O Frio em sincronia, sorrateiro, ditava o momento.
No anseio da vida, ainda nos braços de minha mãe,
expressei um baita sorriso, alegria, de um piá.
De certo, e pela benção do senhor, um gaúcho se fez.
No olho do meu pai, brilho e luz, mais lindo não há!
Marcos Alves.
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