sábado, 2 de janeiro de 2016

A Chegada do Irmão

Vento, chuva e pedra, de tudo aconteceu
Naquele dia, o tempo estava cabuloso
Do rancho, um grito, logo reconheci
Minha mãe me chama, fiquei sestroso

A notícia era boa, o ventre rompeu
Antes, muito antes, era apenas eu
Meu irmão, em um grito informou
Eu não estava mais só, ele nasceu

Só escutei, ainda não conhecia
Mesmo assim, medo eu senti
Eu tinha tudo, mil regalias
Temi, e logo pensei, puxa perdi

Tenho duas mães, e um amor infinito
Maria, por quem rezo, mãe de jesus
A minha, que me cuida, quem me deu a luz
Me deram um presente, no instante do grito

É uma situação, eu não estava preparado
De pronto, um individuo tomando conta
E a mãe, com um olhar gaviona
Num grito de ordem, já desponta

Irmão, é como o sol que amadrinha o chapéu
E os dois, dão de costado pra toda a vida
É quem fica contigo, na cevadura do tempo
É a troca de ombro, no romper de um tento

Irmão, é quem chora no desalento
É quem te pede conselho, e não corcoveia
É quem viaja, e deixa saudade
É o mesmo sangue, que corre nas veias

Irmão, é irmão e compadre
É quem agente confia os filhos
Quando na distância, arrebata a alma
Pensa igual, e anda pelos mesmos trilhos

Irmão, chega cedo para não matear sozinho
É quem no frio, na lida, joga lenha no fogão
É prosa, conhecimento e confiança
No rio, é quem abre o caminho

Irmão, é herança e um legado
Envelhece contigo a cada cruzar do vento
Em uma tropa, sinuelo, é uma certeza
É a tua sombra, na rudez do tempo

Marcos Alves.

Se desejar ler outros versos, acesse este link: http://versosalmaepropriedade.blogspot.com.br/

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