Naquele dia, o tempo estava cabuloso
Do rancho, um grito, logo reconheci
Minha mãe me chama, fiquei sestroso
A notícia era boa, o ventre rompeu
Antes, muito antes, era apenas eu
Meu irmão, em um grito informou
Eu não estava mais só, ele nasceu
Só escutei, ainda não conhecia
Mesmo assim, medo eu senti
Eu tinha tudo, mil regalias
Temi, e logo pensei, puxa perdi
Tenho duas mães, e um amor infinito
Maria, por quem rezo, mãe de jesus
A minha, que me cuida, quem me deu a luz
Me deram um presente, no instante do grito
É uma situação, eu não estava preparado
De pronto, um individuo tomando conta
E a mãe, com um olhar gaviona
Num grito de ordem, já desponta
Irmão, é como o sol que amadrinha o chapéu
E os dois, dão de costado pra toda a vida
É quem fica contigo, na cevadura do tempo
É a troca de ombro, no romper de um tento
Irmão, é quem chora no desalento
É quem te pede conselho, e não corcoveia
É quem viaja, e deixa saudade
É o mesmo sangue, que corre nas veias
Irmão, é irmão e compadre
É quem agente confia os filhos
Quando na distância, arrebata a alma
Pensa igual, e anda pelos mesmos trilhos
Irmão, chega cedo para não matear sozinho
É quem no frio, na lida, joga lenha no fogão
É prosa, conhecimento e confiança
No rio, é quem abre o caminho
Irmão, é herança e um legado
Envelhece contigo a cada cruzar do vento
Em uma tropa, sinuelo, é uma certeza
É a tua sombra, na rudez do tempo
Marcos Alves.
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